sábado, 22 de novembro de 2008

Tus Pies por Pablo Neruda

Tus Pies

Cuando no puedo mirar tu cara
miro tus pies.

Tus pies de hueso arqueado,
tus pequeños pies duros.

Yo sé que te sostienen,
y que tu dulce peso sobre ellos se levanta.

Tu cintura y tus pechos,
la duplicada púrpura de tus pezones,
la caja de tus ojos que recién han volado,
tu ancha boca de fruta,
tu cabellera roja, pequeña torre mía.

Pero no amo tus pies
sino porque anduvieron sobre la tierra
y sobre el viento
y sobre el agua,
hasta que me encontraron.
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Teus Pés

Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.

Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,

Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.

Tua cintura e teus seios,
A duplicada purpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram vôo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.

2 comentários:

JoaPfa disse...

fantastiques

Yuri Brah disse...

Incrível poesia do Neruda. Não o conhecia, e fiquei sabendo dele por este vídeo em que Maria Rita o recita:
http://www.youtube.com/watch?v=eu9bUYI1qz4

vale à pena ;D