Eu queria que você soubesse que minha cor preferida é roxo. Quer dizer, quase sempre é roxo. Mas às vezes é vermelho. Quando eu era pequena (criança no caso) perguntaram minha cor predileta e eu disse "roxo e vermelho". No quesito "cantora", respondi "Fafá de Belém". Mas nunca gostei dela, assim, de verdade. E tampouco consigo me desfazer dela.
Do fundo do meu coração eu gosto mesmo é da Elis Regina. E do Cazuza, da Bethânia, do Chico e de mais mil pessoas; muitas eu nem apertei a mão, mas não faz mal, porque o amor nem sempre precisa de formalidades do tipo "oi, muito prazer, meu nome é...". Eu amo sem olhar às vezes.
Queria que você soubesse que eu gosto muito de flores. Mas, de verdade, não sei cuidar delas. Tenho medo que morram de sede, ou de frio, ou afogadas, ou de insolação (agora que moro numa cidade que o sol é “torrante”). Não conheço a medida das coisas. Da terra. Do mundo, do tempo. E ainda assim as amo, eu posso amar o que desconheço, o mistério, as flores.
Outro dia me disseram que amar desse jeito é banalizar o amor. Mentira. Faz pouco do amor quem vive com régua, quem sonega o riso, quem não mata a bola no peito, quem desvia, quem se defende de ninharia, quem anda em linha reta.
É bom você saber disso, porque isso sou eu. Eu exagero. Engasgo, na maioria das vezes.
Queria que você soubesse. Antes de te dizer tchau. Porque há de ter alguém me esperando, só pra me dizer: "eu também", no lugar de: "eu talvez".
Um comentário:
Ainda bem que consertou "pequena (criança no caso)", rsrsrs.
Você vai achar um pequeno principe, minha pequena princesa, eu sei que vai.
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