quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Carta de Despedida



Resolvi como ultimo relato te escrever esta carta, como desabafo de um sentimento que dominou minha alma pelo tempo que durou.

O que eu espero dessa carta? Talvez que ela registre este meu estranho momento, quando o que deveria ser alivio se revelou uma angústia. Você sabe que eu não gosto de perder minhas coisas e hoje cercada pela sua ausência procuro o que procurar.

Aposto que você está pouco se lixando pra tudo isso, pois seguiu sua vida tranquilamente como se nada de tão importante tivesse ocorrido e deve estar achando graça dessa minha carta. Assim como achava graça das minhas mensagens junto do seu novo amor.

Estou triste. Queria saber para onde foi tudo aquilo que tínhamos. Na realidade quero que você sinta toda a mágoa e dor que eu senti esses tempos. Quero que sinta a dor da traição, quando você acha que tudo está andando tranquilamente e sem mais você é apunhalado pelas costas. Quero que morra por dentro como eu morri e sinta o gosto amargo de ser manipulado.

Não estou aqui pra fazer comparações, pedidos, aclamações, ou qualquer dessas coisas que você está acostumado que venha de mim. Só vim pra te negar desamor, pra expor minha dor e te lembrar dos meus olhos tristes. Vim também pra te dizer que não te odeio, mas me sinto profundamente traída pela pessoa de caráter que eu me iludi que vivesse aí dentro e que ficou do meu lado por tanto tempo.

Queria apenas te pedir um favor antes que você rasgue este resto do que tivemos. Se algum dia, depois de beber demais, você acabar pensando tolices como estas, escreva também uma carta. Porque mesmo sem saber o que ela vai dizer, sei que me fará sentir menos ridícula. Adoraria que você fosse capaz de tanto (escrever uma carta é um ato de muita coragem). E eu ficaria feliz comigo por ter te amado; um homem capaz de escrever bobagens amorosas.

Então acho que é isso. Espero que esta carta faça jus ao fim do amor que senti. E deixo este testamento de dor, porque um dia acreditei que você iria “tirar meu pobre coração do altar e devolver como se deve ser”.

28/09/2010
Seu Altar Particular.

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