quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena


Hoje me peguei pensando em várias coisas que aconteceram na minha vida.
Comecei literalmente do início, da época de criança, da perda do meu pai, depois do meu avô adotivo e logo em seguida de minha mãe. Da adoção, um processo meio confuso, mas incrivelmente tranqüilo, parece que fui entregue às pessoas que escolhi a dedo. Perdi umas e ganhei outras que não substituíram, mas preencheram perfeitamente o espaço vazio que ficou aqui dentro e por fim desse ciclo a perda de contato com meus irmãos biológicos.
Em seguida minha época de rebeldia, coisas naturais de um adolescente fora do normal como Eu.. hehe. Sempre fui meio “saidinha” e “doidinha”, como dizia minha mãe. Não em questão de meninos, mas rebeldia mesmo. Época boa... muito boa, tenho amigos até hoje desses tempos.
Depois minha saída de casa, muito conturbada, com situações chatas e brigas com a família, mas mesmo assim uma das melhores épocas, pois amadureci, levei milhões de tombos, me reergui outras mil vezes e conheci ótimas pessoas. Junto com essa fase, veio o reencontro com meus irmãos biológicos depois de exatos 15 anos. Descobri ter 3 sobrinhos lindos e duas cunhadas: uma mala e outra um docinho (nem tudo são flores na vida e cunhada então... kkk)
Enfim, depois de tudo isso, larguei minha vida inteirinha em São Paulo e vim parar em Palmas-TO, uma cidade nem um pouco atrativa, tirando as cachoeiras lindas que tem, mas que de alguma forma me segura aqui. Essa cidade é quase a Ilha de Lost, você não sabe bem como chegou e nem quando vai embora e SE vai embora, por mais que deteste morar aqui. Vim pra cá fazer faculdade e ver se virava alguém na vida. A faculdade me desanima a cada dia, mas pelo menos consegui ser alguém no meu trabalho, que é o que realmente me faz bem.
Isso é um resumo bem resumido da minha vida e olhando pra tudo ali atrás, percebo que por mais conturbada e cheia de altos e baixo que tenha sido, sempre vem algo em seguida pra compensar.
Ultimamente tenho passado por algumas situações não muito legais, e mesmo com tudo isso, só agora estou me dando conta que nada é por acaso e que sempre se aprende com as boas e más situações.
Hoje sei que sou rodeada de pessoas maravilhosas que de alguma maneira fazem a diferença na minha vida, sei também que posso até ser uma pessoa de sorte, mas acho que sou muito mais ousada do que sortuda, sou uma pessoa “habitada”*. E sei mais ainda que tudo que aconteceu na minha vida é um grande aprendizado que não acabou ainda (só espero que daqui pra frente seja um pouco mais light).
Por tudo que vivi e por tudo que senti, concordo plenamente com o meu amigo Fernando Pessoa que disse que “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena” e Eu particularmente de pequena tenho só o tamanho.
* Para saber sobre esse termo, leiam o texto da Martha Medeiros chamado "Pessoas Habitadas"

Um comentário:

Lilian Negrini disse...

Tudo vale a pena se a Hayla não é pequena. Você já viveu coisas demais pra um corpinho tão pequeno. Essa é a prova de que alma existe sim, e é grande, viaja , vaguei e semeia. Você plantou muitas coisas e pessoas pela sua jovem via afora. Colha-me quando quiser!